Reencontro gerou disco e filme homônimos, ‘Celebration Day’, lançados agora no Brasil.
A abertura, com “Good times, bad times”, a primeira música daquele seu primeiro álbum, de 1969, vem num tom mais baixo, mostra de que o tempo passou e a voz de Robert Plant não é mais capaz daqueles mesmos agudos, 38 anos depois. Mas isso vira um mínimo detalhe diante do que os remanescentes do Led Zeppelin, Plant (à esquerda), Jones, Page e Bonham, foram capazes naquela noite de 10 de dezembro de 2007, em frente a 18 mil espectadores, na O2 Arena, em Londres. Um acontecimento único, que gerou um filme e um CD duplo: “Celebration day”, agora lançado no Brasil.
Banda que concentrava o desafio de manter-se à altura do mito visual e musical, sem um integrante fundamental (o baterista John Bonham, falecido em 1980, aqui substituído pelo filho, Jason), o Led Zeppelin fez o improvável: deu ao público uma convincente versão madura de si mesma (o guitarrista Jimmy Page, com cabelos brancos e cara enrugada ainda é tão rock quanto em 1970), com traços de uma evolução musical que não trabalhou contra a energia.
Tal qual os grandes mestres do blues que os inspiraram em sua juventude, Plant e Page se apoiaram nos refinamentos da técnica ante as limitações da idade e voltaram a jogar em time. Jason Bonham tem a força e a perícia (embora não a personalidade) do seu pai no auge, e o baixista/tecladista John Paul Jones se revelou um músico ainda mais cheio de recursos e segurança para manter o zepelim de chumbo no ar.
A cinematografia ágil de Dick Carruthers cuida de não desperdiçar um momento sequer da juventude desse Led Zeppelin revivido. E o repertório? É tudo aquilo que qualquer fã mais remoto do grupo possa esperar, indo desde o arrepio blueseiro de “In my time of dying” a um inevitável “Stairway to Heaven”. A única lástima: que tenha demorado quase cinco anos para esse “Celebration day” ter vindo à luz.
FONTE: Globo on line
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